sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Cstro Alves

Quando tudo aconteceu...
  • Em 14 de Março de 1847, na fazenda Cabaceiras, perto de Curralinho, Bahia, Brasil, nasce António Frederico de Castro Alves, filho de D. Clélia Brasília da Silva Castro e do Dr. António José Alves.
    Nesse ano de 2010 completa 138 do falecimento do “nosso” CASTRO ALVES, figura ilustre da poesia social e lirica, inteligente, sonhador, fumante e namorador dentre festivais, exposições, debates, ensaios teatrais e até a contrução de um navio negreiro -REFENCIA OA POEMA DE SUA AUTORIA- o brasil todo celebra o nosso poeta condoreiro, aquele que como o Condor, possue asas firmes par alçar grandes võos
    Poeta: 1847 – 1871
  • ·Desde novo ele começou a escrever poesias de amor, e depois suas maiores obras, poesias de cunho social, na qual contou como poucos as dores do mundo os sofrimentos da humanidade e dos escravos.
  • Secéu ( como era chamado por todos na senzala e pelos familiares da casa grande ), vivia a custo da escravidão, talvez esse seja o principal motivo por mais tarde a ter adotado causas abolicionistas, em prova disso ele escreveu :

“Junto ao fogo,uma africana,
Sentada, o filho embalando,
Vai lentamente cantando
Uma tiranda indolente,
Repassada de aflição,
E o menino ri contente...
Mas treme e grita gelado,
Se das palhas do telhado
Ruge o vento no sertão.”


Neste trecho a negra é a mucama Leopoldina ninando Castro Alves quando pequeno, notasse que ele se refere como filho dela, e ao dizer “E o menino ri contente”, nos passa a idéia de que mesmo pequeno, ja não tinha preconceito e adorava estar junto aos escravos.
Talvez a mucama Leopoudina, seje a fonte de inspiração para os tantos poemas dedicados ao dia-a-dia dos escravos.


“Atravesso madrugadas olhando fotografias antigas,
com certo saudosismo descabido.
Personagem me contam sem pronunciar palavras,
minúcias de um instante suspenso
e imortal.”

  • Essa foto acompanha os diseres de Castro Alves acima , onde ele diz que olha as fotos e tem saudades de uma epoca suspença, que não volta mais, mais que é imortal, época essa, de quando ele ainda é criança e nem sentia tanto o sofrimento daquelas pessoas. E podemos perceber nessa foto que há na mucama vestigios do tempo, um laço invisível com aquele menino(Castro Alves), uma mágua enorme, uma história impressa na alma, a tristeza de uma nação de escravos e eu que há no rosto dela toda poesia de castro alves.
  • Em 1854, foi com saudades que Castro Alves deixa a fazenda Cabaceiras para ir com toda a sua família para Salvador com finalidade de estudar, mas só dois anos depois seu pai o matricula junto a seu irmão no Ginásio Baiano,foi onde houve uma revolução nos estudos, começando assim escrever suas líricas.

Se o índio,o negro africano,
E mesmo o perito Hispano
Tem sofrido servidão;
Ah! Não pode ser escravo
Quem nasce no solo bravo
Da brasileira região

  • Em 1858 o Dr. Alves, pai de Castro Alves, reeconstroi o solar da chácara na tentativa de que Dona Clélia,mãe de Castro Alves e de mais cinco filhos ,saúde frágil, ali repousasse e ganhasse forças.Em vão ela falece em 1859,um desgosto e um problema: como Dr. Alves criaria e educaria seis filhos?
    D’Clélia, mãe de Castro Alves Dr. António José Alves.
  • Três anos depois Dr. Alves casa-se com a viúva Maria Ramos Guimarães e seria ela o amparo das quatro crinças menores(Guilherme,Eliza,Adelaide e Amélia),e de manter Castro Alves e seu irmão José Antônio(já com problemas mentais que nínguem conseguia identificar os motivos) em Recife estutando após serem admitidos no curso de direito.
  • 1862 Castro alves com 15 anos dono do seu próprio nariz, inteira liberdade e para completar o seu pai mora longe, o poeta escreve ao amigo na Bahia.
    “Minha vida passo-a aqui numa rede, olhando o telhado, lendo pouco, fumando muito. O meu ‘cinismo’ passa a misantropia. Acho-me bastante afetado do peito, tenho sofrido muito. Esta apatia mata-me. De vez em quando vou à Soledade."
    Soledade (citado acima) para quem não sabe é uma rua do Recife onde se encontra os bordeis, nessa rua o poeta sempre procura uma Idalina que o aconchega em sua cama... e a essa relação o poeta escreveu:

“São noivos – as mulheres murmuravam!E os pássaros diziam: - São amantes!”

  • Mau estudante, reprovado na faculdade. Mas antes de ser “calouro” já começa a ser notado como poeta, “A Destruição de Jerusalém”, o “Pesadelo”, “A Canção do Africano”.
    Tendo uma vida conturbada começa a frequentar o Teatro Santa Isabel, onde ficau fascinado por Eugénia Câmara, a Dama Negra, a atriz portuguesa que, de forma gaiata, domina o palco, e para ela dedica vários poemas:

“Recorda-te do pobre que em silêncioDe ti fez o seu anjo de poesia,Que tresnoita cismando em tuas graças,Que por ti, só por ti, é que vivia,Que tremia ao roçar do teu vestido,E que por ti de amor era perdido...”

  • Vaias, aplausos, bebedeira no fim da noite, assim era a vida de Eugénia, amante do ator Furtado coelho, com o qual tem uma filha pequena, mas isso não travava os avanços de Castro Alves, adolescente sedutor, porte esbelto, cabelo farto e negro, voz possante e sempre vestido de preto e embora tenha 10 anos mais que o poeta ela não se esquiva do romance que desponta.
  • Em 1864 aos 17 anos, finalmente é admitido na faculdade de direito, e em 9 de novembro sente uma forte dor no peito, é quando escreve:
    E eu sei que vou morrer... dentro em meu peitoUm mal terrível me devora a vida:Triste Ahasverus, que no fim da estrada,Só tem por braços uma cruz erguida.
    Sou o cipreste que inda mesmo flóridoSombra de morte no ramal encerra.Vivo vagando sobre o chão da morte,Morto entre vivos a vagar na terra.
    E no mesmo tempo acrescenta:


“Para chorar as dores pequenas, Deus criou a afeição; para chorar a humanidade – a poesia.”

Oa dizer isso o poeta alarga suas dores as dores da humanidade, e declama “O século” :


“O Século é grande... No espaçoHá um drama de treva e luz.Como Cristo - a liberdade Sangra no poste da cruz(...)”.

A escandalizar:


“Quebre-se o cetro do Papa,Faça-se dele uma cruz.A púrpura sirva ao povoPra cobrir os ombros nus.”


E, com “Os Escravos”, demonstra seu forte don poético e amedronta até os abolicionistas moderados:
(...)Somos nós, meu senhor, mas não tremas,Nós quebramos as nossas algemasPra pedir-te as esposas ou mães.Este é o filho do ancião que mataste.Este - irmão da mulher que manchaste...Oh, não tremas, senhor; são teus cães.(...)Cai, orvalho de sangue do escravo,Cai, orvalho na face do algoz,Cresce, cresce, seara vermelha,Cresce, cresce, vingança feroz.(...)
Tribuno, poeta-condor.

  • 1864 ele tem “preça” seu perturbado irmão José António, se suícida em curralinho.
  • 1866 falece seu pai, ele entçao volta de férias para a Bahia, e a passa penssando em si. Mas reage, pois ele não perde tempo, dessa vez era vizinho de trez irmãs judias (as Amzalack) /, ele as manda um poema e cabe a elas decidirem a quem detinará, telvez seja para Ester a irmã mais velha (ela tinha apenas 13 anos) ele era um “vádio”, desculpe a expreção:
    Pomba d’esp’rança sobre um mar d’escolhos!Lírio do vale oriental, brilhante!Estrela vésper do pastor errante!Ramo de murta a recender cheirosa!...Tu és, ó filha de Israel formosa...Tu és, ó linda sedutora Hebreia...Pálida rosa da infeliz JudéiaSem ter o orvalho, que do céu deriva!
    Nesse mesmo ano retorna a Recife, matricula-0se no 2ª ano de direito. Com Rui Barbosa e outros colegas funda uma sociedade abolicionista e no Teatro Santa Isabel declama o poema “Pedro Ivo”, exaltação do herói da revolta Praieira e do ideal republicano:
    Cabelos esparsos ao sopro dos ventos,Olhar desvairado, sinistro, fatal,Diríeis estátua roçando nas nuvens,Pra qual a montanha se fez pedestal. (...)República! Voo ousadoDo homem feito condor!(...)
    Com um poder de persuasão incrível, defende causas pequenas, como o direito do povo de estar em uma praça, e em defesa dessa causa ele declama um verso improvisado:
    A praça! A praça é do povoComo o céu é do condor...
    Participa da fundação do jornal de idéias “A luz” e foge com Eugenia Câmara.
    (...) A todos sempre sorrindo,Bem longe nos ocultar...Como boémios errantes,Alegres e delirantesPor toda a parte a vagar.
    Escreve, em prosa, o drama “Gonzaga” ou “A Revolução de Minas”. Organiza manifestação contra o espancamento de estudantes republicanos e em Maio abandona, de vez, o Recife. Viaja, com Eugénia, para a Bahia onde Mudam-se para a chácara Boa Vista dentre memórias, melancolia... escreve:
    A erva inunda a terra; o musgo trepa os muros;A urtiga silvestre enrola em nós impurosUma estátua caída, em cuja mão nevadaA aranha estende ao sol a teia delicada.
  • Em 7968, ainda na Bahia, no Teatro São João, Eugénia desempenha o principal papel feminino do “Gonzaga” só que na Bahia o ambiente é acanhado, a vida é lenta e ele tem pressa, tem muita pressa, Castro Alves e Eugénia partem para o Rio de Janeiro onde arranca elogios de figuras ilustres como José de Alencar (o autor de “Iracema” deixa-se cativar pelo fluxo verbal do poeta), Machado de Assis, dirá este: - Achei uma vocação literária cheia de vida e robustez, deixando antever nas magnificências do presente as promessas do futuro, e consegue elogios também de, Eça de Queirós ao ler, para um amigo, o poema “Aves de Arribação”
    (...) Às vez quando o sol nas matas virgensA fogueira das tardes acendia... (...)
    Mas a glória popular é quando, da varanda do mesmo jornal, na Rua do Ouvidor, centro da Capital Rio de Jneiro declama para a multidão as estrofes do “Pesadelo de Humaitá”, em que celebra o feito da esquadra brasileira na Guerra do Paraguai:
    Fere estes ares, estandarte invicto!Povo, abre o peito para nova vida!Talvez agora o pavilhão da pátriaAçoite altivo Humaitá rendida.Sim! pela campa dos soldados mortos,Sim! pelo trono dos heróis, dos reis;Sim! pelo berço dos futuros bravos,O vil tirano há-de beijar-lhe os pés.
  • Em Março de 68, Eugénia Câmara e Castro Alves viajam para São Paulo. Ali, na Faculdade do Largo de S. Francisco, o poeta pretende concluir o curso de Direito. Porém, mais do que o estudo, seus grandes ideais da Abolição e da República, ao subir as escadas da faculdade pela primeira vez declama o “Navio Negreiro”:


    "Era um sonho dantesco... O tombadilhoQue das luzernas avermelha o brilho,Em sangue a se banhar,Tinir de ferros... estalar de açoite...Legiões de homens negros como a noiteHorrendos a dançar...
    Negras mulheres, suspendendo às tetasMagras crianças, cujas bocas pretasRega o sangue das mães;Outras, moças, mas nuas e espantadas,No turbilhão de espectros arrastadas,Em ânsia e mágoa vãs!
    E ri-se a orquestra irónica, estridente...E da ronda fantástica a serpenteFaz doidas espirais...Se o velho arqueja, se no chão resvala,Ouvem-se gritos... o chicote estala.E voam mais e mais.
    Presa nos elos de uma só cadeia,A multidão faminta cambaleiaE chora e dança ali!Um de raiva delira, outro enlouquece,Outro, que de martírios embrutece,Cantando, geme e ri!
    No entanto, o capitão manda a manobra,
    E após, fitando o céu que se desdobraTão puro sobre o mar,Diz do fumo entre os densos nevoeiros:“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!Fazei-os mais dançar!...”
    E ri-se a orquestra irónica, estridente...E da ronda fantástica a serpenteFaz doidas espirais...Qual num sonhos dantesco as sombras voam!Gritos, ais, maldições, preces ressoamE ri-se Satanás!... "


Conclui o poeta:


"Auriverde pendão da minha terra,Que a brisa do Brasil beija e balança,Estandarte que a luz do sol encerra,E as promessas divinas da esperança...Tu, que da liberdade após a guerra,Foste hasteada dos heróis na lança,Ante te tivessem roto na batalha,Que servires a um povo de mortalha!"


Joaquim Nabuco diz: “Quem visse Castro Alves em um desses momentos em que se inebriava de aplausos, vestido de preto para dar à fisionomia um reflexo de tristeza, com a fronte contraída como se o pensamento a oprimisse, com os olhos que ele tinha profundos e luminosos fixos em um ponto do espaço, com os lábios ligeiramente contraídos de desdém ou descerrados por um sorriso de triunfo, reconheceria logo o homem que ele era: uma inteligência aberta às nobres ideias, um coração ferido que se procurava esquecer na vertigem da glória.”
Bem nem tudo são flores, a tuberculose vai afetando os seus pulmões, e talvez o muito seria do amor de Eugénia Câmara. A Dama Negra está a envelhecer e corre em busca da juventude, erotismo, aventuras e isso leva aos ciúmes de Castro Alves, violência e mágoa, reconciliações, sensualidade:
É noite ainda! Brilha na cambraia- desmanchado o roupão, a espádua nua -O globo do teu peito entre os arminhosComo entre as névoas se balança a lua...
O casal separa-se em Setembro de 68. Encontram-se, pela última vez, em Outubro, quando Eugénia sobe ao palco do Teatro São José para, mais uma vez, interpretar o principal papel feminino do “Gonzaga”(obra de Castro alves).
O isolamento, a melancolia, o tabaco e o mal agravado o poeta passa aprocura de destrações e ao saltar uma vala, tropeça, a espingarda dispara e o tiro acerta-lhe no calcanhar esquerdo. Dores, infecção, o pé terá de ser amputado?


  • 1869 amputação do pé, e em 17 de Novembro de 69: Castro Alves enfia a perna esquerda num botim recheado de algodão, assim disfarça o defeito. Apoiado numa muleta, aí vai ele assistir a um espectáculo de Eugénia Câmara no Teatro Fénix Dramática. Os dois antigos amantes têm ainda uma troca de palavras. Dessa última conversa sobram versos, apenas:
    Quis te odiar, não pude. – Quis na terraEncontrar outro amor. – Foi-me impossível.Então bem disse a Deus que no meu peitoPôs o germe cruel de um mal terrível.
    Sinto que vou morrer! Posso, portanto,A verdade dizer-te santa e nua:Não quero mais o teu amor! Porém minh’almaAqui, além, mais longe, é sempre tua.
    Uma semana depois embarca para a Bahia. Doente, e aleijado, o poeta retorna a casa.
    Recebido efusivamente por Maria (a madrasta) por Augusto Álvares Guimarães (o cunhado e grande amigo), por Guilherme (o irmão), e por Elisa, Adelaide (esposa de Augusto) e Amélia, as três irmãs que o endeusam.
    É curta a permanência de Castro Alves em Salvador. Apenas o tempo necessário para coligir os poemas para a edição de “Espumas Flutuantes”, relembrando São Paulo, onde alcançou a glória e nostalgia:
    Tenho saudades das cidades vastasDos ínvios cerros, do ambiente azul...Tenho saudades dos cerúleos mares,Das belas filhas do país do sul.
    Tenho saudades de meus dias idos- Pét’las perdidas em fatal paul -Pét’las que outrora desfolhámos juntos,Morenas filhas do país do sul.
    Depois vai pro sertão onde, segundo os médicos, o clima seco será mais favorável aos seus pulmões. Passará o tempo a escrever e a desenhar.
    Em Curralinho, o comovido reencontro com a paisagem e a memória da infância:
    Hora meiga da Tarde! Como é belaQuando surges do azul da zona ardente!Tu és do céu a pálida donzelaQue se banha nas termas do oriente...Quando é gota do banho cada estrelaQue te rola da espádua refulgente...E, - prendendo-te a trança a meia lua,Te enrolas em neblinas seminua!...
    Eu amo-te, ó mimosa do infinito!Tu me lembras o tempo em que era infante.Inda adora-te o peito do precito.
    No meio do martírio excruciante;E, se não te dá mais da infância o gritoQue menino elevava-te arrogante,É que agora os martírios foram tantos,Que mesmo para o riso só tem prantos!...(...)
    E no sertão, o reencontro com Leonídia Fraga, sua prometida de menino e hoje donzela airosa que por ele esperara sempre. Reacender a paixão primeira? A si mesmo diz o poeta:
    Talvez tenhas além servos e amantes,Um palácio em lugar de uma choupana.E aqui só tens uma guitarra e um beijo,E o fogo ardente de ideal desejoNos seios virgens da infeliz serrana!
    Leonídia, a “infeliz serrana”, ficarou para sempre à sua espera. Acabarou enlouquecendo. Fez bem os ares do sertão, Castro Alves sente-se melhor e regressa a Salvador. “Espumas Flutuantes” é editadas e correm de mão em mão e o poeta é saudado e louvado em cada esquina. Castro Alves apaixona-se por Agnese Trinci Murri, bela viúva florentina, cantora lírica que se deixara ficar na Bahia para ensinar piano às meninas da alta sociedade. A italiana aceita, vagamente, os cortejos do poeta, mas não embarca em aventuras, quer manter o seu bom nome.
    No camarote gélida e quietaPor que imóvel assim cravas a vista?És o sonho de neve de um poeta?És a estátua de pedra de um artista?
    Renascera contudo o optimismo e o poeta tornara ao teatro, acabou o amor pela Dama Negra(Eugénia Câmara)... e começa a penssar só na “Deusa Incruenta”(Agnese), exaltação do papel educativo da Imprensa:
    Oh! Bendito o que semeiaLivros à mão cheiaE manda o povo pensar!O livro, caindo n’almaÉ germe – que faz a palma,É chuva – que faz o mar!
    E em Outubro de 1970 é ele mesmo quem declama, no comício de apoio às vítimas francesas das tropas de Bismarck:
    Já que o amor transmudou-se em ódio acerbo,Que a eloquência é o canhão, a bala - o verbo,O ideal – o horror!E, nos fastos do século, os tiranos
    Traçam co’a ferradura dos uhlanosO ciclo do terror...(...)Filhos do Novo Mundo! Ergamos nós um gritoQue abafe dos canhões o horríssono rugir,Em frente do oceano! Em frente do infinitoEm nome do progresso! Em nome do porvir!
    É a sua última aparição em público. O estado de saúde agrava-se. Recolhe-se à casa da família.
  • Em 1971, na noite de 23 de Junho aproxima-se da varanda. O fumo das fogueiras de São João provoca-lhe um acesso de tosse que o deixa prostrado. Febre alta, hemoptises, pede a Adelaide que impeça a visita de Agnese. Não consente que a Diva derradeira contemple a sua ruína física. A 6 de Julho pede que o sentem junto a uma janela ensolarada. A contemplar o longe, morre às 3 e meia da tarde, resumindo, 24 anos, vida breve, intensidade.
    Após escrever essa história, e passa-la a vocês posso constatar que é como se tivesse presenciado tudo, é contagiante... estou sem palavras....
    Acnase.

    Leilane Martins Lacerda

Nenhum comentário:

Postar um comentário