sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Análise de "Os escravos"


capa do livro "Os escravos"

Os escravos é o titulo de um dos livros de Castro Alves, com a temática centrada no drama dos escravos. O livro conta com 32 poemas, sendo muitos dedicados para pessoas, cuja as obras ele utiliza como fonte de inspiração.

Poemas:
1. “ O século” inspirado por dizeres de Napoleão, Victor Hugo(ver sobre Victor Hugo nas postagens mais antigas desse mesmo blog) e a José Bonifácio;
2. “Ao romper D’Alva” inspirado pelas obras de Pedro Calasans;
3. “A canção do Africano”;
4. “Mater dolorosa” inspirado por Nathaniel Lee;
5. “Confidências” inspirado no Evangelho II, S. Matheus, cap. XXII;
6. “O sol e o povo” inspirado por Victor Higo(ver sobre Victor Hugo nas postagens mais antigas desse mesmo blog) e Quintana;
7. “Tragédia no lar”;
8. “O sibarita romano” inspirado por Lavater;
9. “Acriança” pela obra “Les orientales” de Victo Hugo (ver sobre Victor Hugo nas postagens mais antigas desse mesmo blog);
10. “A cruz da estrada” inspirado por Luthero em Worms e por A.Herculano;
11. “Bandiodo negro” inspirado por E.Sue em Canto dos filhos de Agar;
12. “América” inspirado por Thomaz Ribeiro;
13. “Remorso” inspirado em Byron (http://www.menininhasdosegundoano.blogspot.com/) e nas obras de Lucrécio;
14. “Canto do Bug-Jargal” poema foi traduzido da obra de Victor Higo (ver nas postagens mais antigas desse mesmo blog);
15. “A órfã na sepultura”;
16. “Antítese” inspirado por Macial Pinheiro;
17. “Canção do violeiro”;
18. “Súplica” inspirado por peletan;
19. “O vidente” inspirado em Isaias,
20. “A mãe do cativo” inspirado nas obra “A mãe palaca” de Mickiewicz;
21. “Manuela”;
22. “Fábula”;
23. “Estrofes do solitário”;
24. “O navio negreiro”;
25. “Lúcia”;
26. “Prometeu” inspirado em Ésquilo;
27. “Vozes da África”;
28. “Saudação aos Palmares”;
29. “O voluntário do sertão”;
30. “A bainha do punhal”;
31. “O derradeiro amor de Byron” inspirado em Alf. de Musset;
32. “Adeus, meu canto”;






Após eu ter lido esse livro pude notar que além de “O navio negreiro”, o poema que mais retrata a vida, o costume, o desejo, os castigos, a vida dos escravos Africanos era “Canção da Africano” e devido a isso fiz a analise a seguir:

Nome do poema: “A canção do africano”
explicação: refere-se a uma canção que mucama cantava

1ª estrofe:
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em prantos
Saudades de seu torrão...

Explicação: nessa primeira estrofe o autor conta que ficava una negra Africana de um lado da senzala, todos sentado no chão, ela cantava uma musica que lembra sua terra e ao cantar ela chora.

2ª estrofe:
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E á meia voz lá responde
Ao canto, e o filinho esconde,
Talvez para não o escutar!

Explicação: Como já disse, na senzala eles ficavam no chão, e a negra, a que o autor se refere, esta ao lado com o filho dela no colo, eles ouvem a música e os filho esconde, justamente para não escutar, pois a música os lembra a terra onde eles moravam e eram livre, só que essa não era a realidade deles no momento, então, os mais novos que não chegaram a conhecer esse lugar, preferiam não saber como é, talvez porque sabiam que nunca iria até lá, e era melhor achar que esse lugar não existia.

3ª estrofe:
“minha terra é lá bem longe,
Das bandas onde o sol vem;
Está terra é mais bonita,
Mas a outra é que eu quero bem!

Explicação: nessa estrofe e nas próximas, o autor copia a musica citada na 1ª e na 2ª estrofe. A letra dessa música nos deixa perceber a saudade que eles tem de sua terra natal. Nesse primeiro verso da música, dizem que a terra de onde eles vem (África) é longe, e a compara com o local onde o sol nasce, falam também que esse terra, no coso o Brasil, é bonita só que a deles onde eram livres é que eles querem bem, no caso a África.

4ª e 5ª estrofe:
“ o sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver a tarde o papa-ceia!

“Aquelas terras tão grandes,
Tão cumpridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar...

Explicação: esses versos da música, ressalta as belezas naturais da África, que apesar de ser uma terra que possue certos lugares com clima muito quente, também tem belezas naturais, como de exemplo o papa-ceia, que é uma ave típica e muito bonita de lá, sua beleza é comparada a de um sabia aqui no Brasil. Citam também que lá as terras são grandes e as comparam com o mar, mas acho que não é essa a mensagens a se passar, creio eu que eles querem dizer que o local onde eles estão é que é pequeno e apertado, esse lugar seria a senzala. Falam também “Com suas poucas palmeiras, Dão vontade de pensar...” e nos passa a idéia de que lá seria um lugar tranqüilo, onde podiam pessar ao contrário da que onde só podiam trabalhar.

6º estrofe:
“lá todos visem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
como aqui só por dinheiro.”

Explicação: Essa estrofe, é a última da letra da música, e até o fim podemos perceber a saudade que as escravos sentiam de sua terra natal, segundo Castro Alves. Nela percebemos a liberdade deles antes de se tornarem escravos e ao mesmo tempo o único motivo que os trazem aqui, a ganância por dinheiro que seus donos tem.


7ª estrofe:
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Para não acordar com o pranto
O seu filinho a sonhar!

Explicação: nessa estrofe, acontece a retomada do poema, onde o autor nos diz que após acabar a musica todos na senzala calam a boca porque já é tarde, e essa referência de tempo podemos perceber quando diz “O fogo estava a se apagar”. Como já disse na explicação da 2ª estrofe, as crianças mais jovens não gostavam de escutar essa música, por isso também é que eles param de cantar, pois não queriam acordar seus filhos que estão dormindo com pranto.

8ª estrofe:
A escrava então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Tinha sido surrado,
Pois bastava escravo ser.

Explicação: nessa estrofe o autor da ênfase aos castigos sofridos pelos escravos, como por exemplo: que eles deviam levantar cedo “Bem antes do sol nascer” porque se não, eram espancados, cá pra nós, atoa “Tinha de ser surrado pois bastava escravo ser”.

9ª estrofe:
E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beija-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arranca-lo!

Explicação: com essa ultima estrofe o autor quer passar a idéia de que os escravos nunca perderam as esperanças, em prova disso ele apresenta esse trecho: “ E põe-se triste a beija-lo, Talvez temendo que o dono, Não viesse, em meio do sono, De seus braços arranca-lo!” onde a mãe beija o filho, esperando que o dono talvez aquela noite não tirasse ela dele, ou seja, que deixasse seus filhos dormindo aquela noite junto aos braços da mãe, para quem não sabe os filhos escravos não ficavam junto a família durante toda a noite.




Futuramente estaremos postando todos os poemas aguardem!

Leilane Martins Lacerda

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