sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Espulmas Flutuantes"


Espumas Flutuantes
Espumas Flutuantes é o título do livro escrito pelo poeta brasileiro Castro Alves. Publicado em 1870, constitui uma das obras essenciais da poesia condoreira (terceira geração do Romantismo brasileiro).

Detalhes da Obra
Os 53 poemas reunidos em Espumas flutuantes, sintetizam todas as características inovadoras de Castro Alves. O título diferenciado transmite uma poderosa idéia de transitoriedade, omde o desalentado poeta sente sua vida esvair-se, como as espumas no mar agitado, frente à iminência da morte (de fato, ele viria a falecer menos de 1 ano após a publicação, em 1871). A antologia inclui poemas notáveis, como: O livro e a América, Ahasverus e o gênio, Mocidade e morte, Adormecida, Ode ao dois de julho, entre tantos outros.
A obra, única publicada pelo poeta em vida, foi aceitada pela crítica com enorme admiração e respeito, consagrando Castro Alves, então estudante do 4º ano de Direito, no cenário literário brasileiro. Tal aceitação permitiu que seus trabalhos póstumo fossem publicadas, entre os quais está a monumental poesia épica Os Escravos (em que se destaca o famosíssimo poema O Navio Negreiro).
Castro Alves dedica sua antologia à memória do pai, o médico Antônio José Alves; da mãe, D. Clélia Brasília da Silva Castro (filha natural do Herói da Independência da Bahia, Major Silva Castro) e de seu irmão - todos prematuramente falecidos.
Apesar da juventude, de ser o primeiro livro, revela um poeta amadurecido, consciente de sua capacidade
Versos flutuantes
No obra Castro Alves se pergunta "o que são na verdade estes meus cantos?", para adiante responder:
"Como as espumas, que nascem do mar e do céu, da vaga e do vento, eles são filhos da musa - este sopro do alto; do coração - este pélado da alma. E como as espumas são, às vezes, a flora sombria da tempestade, eles por vezes rebentaram ao estalar fatídico do látego da desgraça(...)"
Em tom muitas vezesforte, os versos surgem, como verdadeiros exemplares do Romantismo, Carregadas de figuras de linguagem. É assim que relembra amores - consumados ou não - e desfere o ardor que o final da paixão com a atriz Eugênia Câmara lhe causara - uma "Immensis orbibus anguis", que: "Assim bebeu-te a vida, a mocidade e a crença / Não boca de mulher... mas de fatal serpente!..."
O estilo épico, revelado posteriormente em poemas como "Vozes d'África", surge na "Ode ao Dous de Julho" - referência à mesma data da Independência da Bahia- na qual dedicou ao avô.
Vendo a necessidade do incentivo à leitura no Brasil, o poeta traz uma bênção a todos que dedicam-se a estefato: O LIVRO E A AMÉRICA, é o primeiro poema, de seu primeiro livro...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro cainda n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.
(...)
Bravo! a quem salva o futuro!
Fecundando a multidão!...
Num poema amortalhada
Nunca morre uma nação.


Leilane Martins Lacerda

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